Téo Zanelato
Realmente a quebra na terceira etapa foi um balde de agua fria em toda a equipe. Sabiamos que tinhamos condições de melhorar nossa colocação alcançando um segundo ou até mesmo um primeiro lugar na categoria, mas sabiamos também que o carro já estava em seu limite, e qualquer vacilo resultaria em abandono de prova. Na verdade não precisou nem de um vacilo, já que largamos para a terceira etapa com o "pé leve", e o carro quebrou já nos primeiros quilometros de prova. Mesmo assim chegamos em Minaçú e cumprimos nossa missão de representar nossa cidade e nossos patrocinadores até o final do evento.
Na volta para casa, parecia que todo o cansaço acumulado nos dias anteriores estava sob nossas costas. Fizemos uma viagem de retorno tranquila, sem pressa alguma, carregando na bagagem a saudade de nossos familiares e amigos e a experiência de participar de um dos maiores rallys do mundo. Para nossa surpresa, ao chegar em Rio Preto o Posto Guarujá estava repleto de pessoas que nos aguardavam, entre elas nossas familias, amigos e patrocinadores, o que nos encheu ainda mais de orgulho e fez com que fechassemos nossa aventura com chave de ouro.
O Rally em resumo
A experiência de participar de um rally como o Rally dos Sertões é indescritível. Por mais que lemos e estudamos a prova através de reportagens, entrevistas, matérias televisivas, etc., descobrimos que o Rally dos Sertões é muito maior, e muito mais difícil do que imaginavamos. Não basta ser bom piloto, bom navegador, ou ter um bom carro, é fundamental ter uma boa estrutura. A equipe de apoio e o planejamento da logística são peças chaves para um bom resultado, e saber como planejar as coisas é algo que só a experiência nos ensina.
Mesmo com todos os problemas que tivemos podemos avaliar essa nossa primeira participação como excelente. A equipe de apoio cumpriu com sua função com louvor, mesmo sem ter participado de prova alguma. Conseguimos realizar um ótimo prólogo, mesmo sem ter terminado por problemas em um outro carro que acabou obstruindo a pista. Tivemos um primeiro dia surpreendente, conseguindo uma terceira colocação com penalizações de zonas de radar, já que o aparelho de auxílio não funcionou no dia, e com problemas no carro devidos a um salto quase que insano em uma lomba que não estava na planilha e que ocasionou uma queda de bico a praticamente 100 km/h. Mesmo assim conseguimos chegar em Santa Helena de Goiás e realizar um ótimo prólogo, vencendo uma Mitsubishi RS.
O segundo dia de prova foi considerado como uma das etapas mais difíceis do Rally. Muitas lombas, pedras soltas, descidas e subidas de serras e riachos. Infelizmente nosso carro não suportou os solavancos e logo no início da prova ficamos sem tração dianteira e optamos por abandonar a etapa e tentar deixar o carro em dia para a próxima etapa que seria decisiva par nós. Detalhe: no mesmo local onde nós quebramos a outra S-10 que estava participando do Raly quebrou, e o problema foi exatamente o mesmo do nosso carro.
O segundo dia do rally fopi longo para nossa equipe. O Alemão e o Rodrigo conseguiram terminar o carro quase quatro horas da madrugada, no entanto a má notícia era que o problema era muito mais grave que imaginávamos. Além da trizeta da tração dianteira, a carcaça do diferencial do carro havia sido afetada. Resultado: o terceiro dia de prova deveria ser quase que um passeio para nós. Largamos para a terceira especial com esse intuíto, mas infelizmente a etapa estava muito difícil, com trechos de serras, pontes precárias e trilhas de pedras, e a S-10 não aguentou e fomos obrigados a abandonar a prova.
Problemas à parte, acreditamos que a nossa participação foi além das expectativas. Temos hoje a consciência de que, como uma preparação melhor e com recursos financeiros condizentes, temos chance de brigar de igual pra igual com os concorrentes da nossa categoria. Independentemente de resultados, o maior premio que ganhamos foi a receptividade de nossos amigos que nos apoiaram, torceram, acampanharam nosso blog, muitos nos ajudaram com dinheiro, combustível, mantimentos, nos mandaram mensagens de apoio e nos fizeram muitos felizes de sabermos que nãoe stavamos sozinhos nessa grande aventura. Se não fosse por nossos amigos e apoiadores essa aventura não teria se concretizado.
Em nome de toda a Equipe Tatu da Trilha Racing, fica aqui nossos sinceros agradecimentos, em especial às nossas famílias, amigos e patrocinadores! Vocês ajudaram a plantar a sementinha do Cross-country em nossa região!
Como diria nosso amigo Molina, aquela paz!
Téo Zanelato
Lucas Damiani
Rodrigo Vendramine
Alemão
Bill Zanelato
Verdade
Evandro Guidini
Amauri
Dú
Tiago He-man
Junião
João Gonçalves
Lucas Amorim
Daniel Santos
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